terça-feira, 27 de abril de 2010

Língua gestual

Existem muitas formas de comunicar com o outro.
Palavras, sons, gestos...
Dentro desse vasto conjunto existem as línguas que são aprendidas e adquiridas desde cedo por intervenção da sociedade.
Mas ela não é perfeita, não dá a conhecer aos seus cidadãos todas as formas indispensáveis de comunicação linguística, excluindo, talvez propositadamente, alguns dos seus elementos que não conseguem exprimir-se desse modo.
Uma dessas línguas fundamentais é a lingua gestual, onde o movimento coordenado e preciso da mão é essencial na transmissão da informação pretendida. Uma maravilhosa dramatização silenciosa em que no nada se resume tudo.


"Sinto e comunico com as mãos... essa bela dança de palavras no espaço faz-me feliz."

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Um todo de nada

Deixo aqui uma parte de mim.
É a minha vontade de hoje.

O meu ser engloba muitas e diversas componentes que vou descobrindo a cada passo.
Sou feita de sonhos e de devaneios, de necessidades e de desejos, de optimismo e pessimismo unidos numa constante complementaridade.
Sou feita de loucas inocências e até faço birras quando a responsabilidade me chama, porque não me deixa ser a eterna criança que gostava de ser.
Depois olho-me no espelho e navego no tempo: se me projecto no futuro, sinto o meu corpo a encolher, reduzindo-se perante os mistérios que ele insere; se me revejo no passado, não me reconheço. Cresci.
Mas não posso travar o tempo e sei que ainda há muito para ver, sentir e viver.
E em breve vou-me despedir da adolescência. Uma fase doce, pura e complexa, apesar de tudo. Vou deixá-la com saudade para embarcar nos braços de uma outra.
Ah, mas o que importa é que caminhei e hei-de continuar a caminhar na busca de um nada, formando este todo que é meu ser. Fá-lo-ei com os que me são próximos, ou nem tanto, porque as vivências não prescindem dessa pressença, da companhia do outro. E com essa certeza, sigo...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O sapo e o princípe

Muitos são os contos de fadas em que o beijo, contendo toda a emoção e paixão, serve de chave para quebrar o feitiço que amaldiçoava o princípe em corpo de sapo. E ao toque, esse batráqueo metamorfoseia-se e transforma-se num belo ser humano do sexo masculino.

Ilusório, utópico, fantástico, como quase todos os produtos artísticos são.

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Mas serão cenários desprovidos de realidade? Ora, eu acho que não.

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"Quem feio ama, bonito lhe parece.", dizem alguns, e se neste caso o sapo é o objecto amado, é natural que por meio daquele gesto sentimental se transforme em algo bonito. No lado de cá, o oposto da fantasia, por vezes também acontece assim. Julgamos a aparência, criticamos com o nosso olhar, mas no momento em que os sentimentos que nutrimos por essa pessoa moldam a nossa perspectiva, deixamos tudo aquilo que assumimos como negativo e adoptamos uma visão idealista.

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No fundo, todos temos um pouco de sapos e um pouco de princípes. Todos buscamos essa chave, não para mudar a forma como nos vemos ou nos vêm, mas para mudar o modo como olhamos e enfrentamos o mundo. Porque nunca é demais sonhar.