quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Festa das Palavras

Era a festa das palavras.

As páginas estavam enfeitadas com acentos e pontos e a música soprava lá no alto, tornando o ambiente acolhedor.

As letras, animadas, sussurravam entre si, rodopiando de canto a canto enquanto gozavam a sua própria vida e liberdade. Faziam-no em grupos: o das flores, que trataram da decoração do espaço, o dos elementos, que convidaram todos os que faziam parte do céu, da terra, da água e/ou do fogo para a festa, o dos palavrões, que eram os mais rudes e arruaceiros de lá, os festivos, que trataram da organização, e muitos mais…

Aos poucos e poucos os grupos fundiram-se e as letras misturaram-se no meio desse tumulto, pois estava próximo o momento por que esperavam: o momento da grande dança.

O Microfone deu as ordens e começaram-se a formar os pares. A Paixão aproximou-se do Amor, o Insecto convidou a Flor, o Ódio esqueceu o que sentia e raivosamente tomou para si o Egoísmo que teimava em gesticular sozinho, a Vela com a Luz e o Animal com a Natureza. Todos pareciam ter par que os completava. Ao ver que estava tudo pronto, o Microfone pediu ao Ritmo para criar uma melodia e titim-titim-titim, apareceu ela espontaneamente.

Que belo espectáculo que tomou lugar!

Mas nas bancadas ficou uma palavra, que olhava intensamente para o cenário que o envolvia. Admirava-o e lamentava-se.

O grupo dos Palavrões arrancou-a de lá, os Defeitos encheram-na de ideias diabólicas e o Diabo, ouvindo algo que lhe dizia respeito, ainda interveio no meio, sabe-se lá vindo de onde. Então essa palavra agarra na bebida e devora-a, pega na comida e suga-a, afasta a diversão e aos encontrões, murros e pontapés, incitado pela Violência, desfaz as duplas e suja, estraga, destrói, constrói… Até as palavras que lhe eram próximas, como a Razão, a Consciência e o Sentimento consegue afastar.

A festa pára, o Microfone desespera… Porque é que uma coisa tão magnífica tinha de ser arruinada daquele modo?

O Homem pára também. A Altivez e o Poder dizem-lhe para festejar o que conseguiu. A Arrogância e o Egoísmo juntam-se ao clube para reforçar a ideia. Ele quer fazer isso, quer sentir-se o rei, quer as atenções todas voltadas para ele, desprezando os seus companheiros. E por momentos a Superficialidade colocou-o no topo.

Do cume vê a Fonte a confortar as filhas Lágrimas, o rasto de negrume que deixou, a beleza que desapareceu por um devaneio seu. A Clemência de joelhos pedindo, bem, misericórdia, o Medo dividido e a Confusão confusa. Todas elas chorando, destroçadas, rasgadas, violentadas por uma barbaridade. Até o Trauma ficou traumatizado quando viu a rosa vestida somente de espinhos, enquanto a seiva das suas pétalas vermelhas jorrava para o chão. Ninguém pensava ter de enfrentar este cenário, se bem que era do conhecimento de todos que o Futuro tinha casado com a Imprevisibilidade.

- O que é que eu fiz?...

(continua...)

(continuação...)

O seu coração bate, a emoção desponta. Os amigos próximos, com receio, acercam-se a ele, devagar.

- Assim que vieste, assim que te deixaste corromper pelos males do mundo… - Começa a Razão.

- … tornaste-te nalguém cruel, num ser que nem sequer reconhecíamos. Mas que habita dentro de ti. – Segue a Consciência.

E ambas completam as ideias uma da outra produzindo um discurso coerente…

- És capaz dos gestos mais bondosos, das acções mais sentidas, de usufruir do melhor que a tua existência te proporciona. Claro que nem tudo é perfeito, mas a natureza dá-te vida, a alma torna-te apto para puderes ser quem quiseres ser e Deus deu-te o livre-arbítrio para escolheres o teu próprio destino. Porquê desperdiçar esses dons em rancores, vinganças e actos violentos sem sentido? Porque destróis o planeta em que habitas, fazes guerras onde inocentes morrem, porque arruínas a vida de milhares de pessoas com atrocidades? Isso faz-te feliz? Não pode fazer. Pois a felicidade não advém disso… Apenas o prazer, o prazer egoísta que se enche com a sede de poder, do dinheiro, da autodestruição.

Não é esse o caminho. E sabemos que tu és melhor do que isso porque já o mostraste ser.

- Não! Sem maldade não há o bem, sem tudo o que apontaste de negativo não pode existir o retorno da moeda, a bonança após a tempestade. Que seria da lição se não tivesse sido antecedida pelo erro? Não haveria aprendizagem, não haveria a sabedoria que provém da experiência. – Remata o Argumento que depressa recebe cotoveladas dos que o circundam.

- Estás certo…. – Desanima a Razão.

- Toma! O Mal vence! – Regozija o grupo dos palavrões e os outros. – Na na na na na! – E mostram a língua, desafiadores.

- Quem me chamou? – Rompendo a multidão surge a palavra enunciada anteriormente. O Bem vê-o e desafia-o para um braço de ferro eterno. A Luta perdura nesse preciso ponto.

Depressa se criam duas frentes, deixando um fosso no meio da sala.

O Homem desce do topo e coloca-se ao nível de todos os presentes. Vai ter com o Microfone e pára no centro.

- Não sou perfeito. Há defeitos que me consomem, que me fazem ser quem não devia ser, mas que a minha vontade por vezes aceita. Não sou perfeito. Não actuo como máquina, não sou rigidamente objectivo e não sei ver o mundo a duas cores porque os meus olhos me mostram jardins de arco-íris. Mas não queria fazer isto… Peço desculpa.

As palavras movimentam-se em conjunto. Estendem os seus braços e dão um abraço colectivo ao Homem. E a festa retoma ao que era no início, com a alegria a contagiar bons e maus.

- Olha que ser humilde é uma grande qualidade que tu provaste possuir... – diz o Sentimento, comovido.

- Obrigado!

E assim o Homem consegue fazer par não com uma só palavra, mas com um rol delas, as quais se dividem em aspectos positivos e negativos que fazem do indivíduo alguém único. Ele difere de muitas delas, aproxima-se de outras, mas é naquela festa que encontra o seu lugar.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Reflexão

1.O dia mais belo? R. Aquele em que fizer o outro sorrir.
2. A coisa mais fácil? R. Estender a mão.
3. O maior obstáculo? R. O medo.
4. O maior erro? R. Entrar em conflito sem sentido.
5. A raiz de todos os males? R. O ódio.
6. A distracção mais bela? R. A Natureza.
7. A pior derrota? R. A desistência.
8. Os melhores professores? R. Os que nos são próximos.
9. A primeira necessidade? R. Amar.
10. O que mais lhe faz feliz? R. Partilhar a minha felicidade.
11. O maior mistério? R. O futuro.
12. O pior defeito? R. O egoísmo.
13. A pessoa mais perigosa? R. A mentirosa.
14. O sentimento mais ruim? R. A perda.
15. O presente mais belo? R. A amizade.
16. O mais imprescindível? R. A presença de um amigo.
17. O caminho mais certo? R. O da humildade.
18. A sensação mais agradável? R. A que advém de ajudar o outro.
19. A protecção efectiva? R. O afecto dos Pais.
20. O melhor remédio? R. O sorriso. .
21. A maior satisfação? R. A superação.
22. A força mais potente do mundo? R. Deus.
23. As pessoas mais necessárias? R. A minha família.
24. A mais bela de todas as coisas? R. A vida.

Esta é uma adaptação por mim realizada, de um belíssimo texto escrito pela Santa Madre de Teresa de Calcutá, o qual recomendo a toda a gente.

Esta ideia partiu de uma adaptação que encontrei neste espaço: http://poesiasefatos.blogspot.com/2010/05/minha-reflexao-instantanea-acho-que.html

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Espírito de Natal

"Natal, minha criança, é amor em acção. Toda vez que nós amamos, toda vez que nós damos, é Natal."

(Dale Evans Rogers)

O Espírito de Natal revela-se então em cada gesto, em cada sentimento, não especificamente num dia assinalado no calendário ou na época que o engloba. É intemporal, ou assim o deveria ser. Por isso, mesmo não sendo dia para colocar aqui os votos, faço-o com a mesma intenção e com a mesma motivação.

Desejo a todos os visitantes e a todos os proprietários dos blogues que acompanho ou acompanhei um longo e infinito Natal, recheado do espírito optimista e bondoso que o acompanha.

I believe in dreams

I know
Days will come and go
But maybe I'll grow old
But I will die
For now
Is it worth it to be sad
If it's harder to be glad
To be alive
But the trouble I have caused
I wonder
Where do I belong
Is it here
Believe in dreams
You love so much
Let the passion of your heart
Make them real
And tell
All the ones you love
Everything about the love you feel
Laugh about the past
And secretly
Wish we could go back
And save the child
As I look around this room
Seeing worried eyes I know
It's time we cannot buy
Was this worth the time to write
Was this worth the time to write
Believe in dreams
I believe in dreams
I believe in dreams
I believe in you
Believe in dreams
You love so much
Let the passion of your heart
Make them real
And tell
All the ones you love
Anything and everything you feel
Believe in dreams
Believe in dreams
(Flyleaf - I believe in dreams)

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Equilíbrio

"Equilíbrio é não aceitar que nos amem menos
do que aquilo que nos amamos."
Retirado/baseado no filme "Comer, Orar e Amar."

domingo, 21 de novembro de 2010

Uso do preservativo


Como forma de protesto e de resposta às palavras do Santo Papa Bento XVI,
o qual declarou expressamente que era contra o uso desse contraceptivo,
mesmo como meio preventivo da transmissão do virus HIV,
foram fabricadas, em França, estas embalagens de preservativos.
Actualmente, e finalmente diga-se,
neste fim-de-semana que ficará para a história,
a ideologia da Igreja adaptou-se aos novos tempos,
voltando atrás nas afirmações proferidas e tanto defendidas ao longo dos séculos.
O uso do preservativo já é permitido dentro de um contexto religioso,
mas só numa específica condição.
Talvez noutros fins-de-semana aceitem a ideia de que o contraceptivo
previne não só a transmissão dessa doença, como de outras.

sábado, 20 de novembro de 2010

Porque sim


Porquê ceder a ninharias que provocam mal-estar
sem fundamento forte
quando basta um só sorriso para espalhar alegria,
para aproveitar o dia,
sem o obstáculo que o impedia?



Afasto tudo o que me aborrece, me entristece, me desanima. Afasto as nuvens negras de factos e suposições que não têm força, que não são nada, ponto, átomo na maré de desgraças do mundo. E sorrio. Sorrio porque sou, porque assim o pretendo e, em suma, porque sim :)

(Lição incutida por um grupo de crianças da catequese de Rio Tinto)

sábado, 13 de novembro de 2010

Cidadania

"Saber viver em sociedade respeitando as suas regras,
com os direitos e os deveres que lhes são devidos."
Será que esta ideologia tem sido posta em prática?

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A luz do meu tempo


"Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundos,

mas com tamanha intensidade que se petrifica

e nenhuma força jamais o resgata."

(Drummond de Andrade)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O terrorismo Vs Creatividade

Lamento pegar num tema tão sério para o abordar numa perspectiva sarcástica, mas para quem observou as notícias nos últimos dias deparou-se com algo do género: "Pacote suspeito nos Eua", "Embrulho suspeito dirigido a Angela Merkel", "Mais de cinco pacotes suspeitos dirigidos a embaixadas na Grécia, entre elas a Portuguesa, a Sueca e a Russa".
Fiquei admirada com a capacidade de imaginação do indivíduo ou indivíduos que fabricaram um engenho explosivo a partir de um tinteiro. O fim é absolutamente reprovável mas há que admitir que o meio para o atingir é original. Depois seguem-se noticias como aquelas... Não deviam ter percebido que o envio de pacotes já é algo banal? Tudo bem que o correio é um serviço com algumas falhas das quais eles aproveitam, mas toda a gente percebeu como é que eles trabalham, quer se dizer, já são demasiado previsiveis.
Se são capazes de criar bombas a partir de tudo o quanto é material, a forma de envio também devia acompanhar essa originalidade, não seria lógico pensar assim? Porém acredito que o pensamento deles não dê para mais, que haja um limite de intelectualidade. De facto, para não usarem essas capacidades todas para algo bom só revela a falta de algum parafuso...
Mas isto é só uma perspectiva.
Se alguém a quiser contradizer, que esteja à vontade para o fazer.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

sábado, 16 de outubro de 2010

Mistérios

E vem o sol a cada dia,
Iluminar o nosso rosto,
Suscitar a alegria.

Um sorriso desponta,

Uma lágrima cai,
Se a força é menor,
Se a vontade não nos fizer favor.

Segue o tempo,
Sucedem-se vidas, momentos,
Pessoas e acontecimentos.

Depois chega o cansaço,

As lições estudadas,
As sabedorias recheadas.

Com elas vem a lua,

A paz, a calmaria,
O medo toma conta,
Enquanto repleta
A mente se apresenta nua.

E partimos,

Deixando marca,
E nos dirigimos
Para o lugar que nunca se acha.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Uma curta...

... ideia.
Passa que passa,
o ponteiro pequeno circula.
Passa que passa,
e com ele o grande avança.
Passa que passa,
o tempo mergulha,
o tempo escassa
e perde-se,
a vida some-se.
Surge o negrume,
malvindo como o ciúme.
E no entanto, tudo passa.
Porque é assim,
tudo passa porque passa.

sábado, 25 de setembro de 2010

Riqueza

"Rico é aquele que necessita menos do dinheiro para ser feliz."
Esta frase foi proferida por um excelentíssimo padre do Seminário Cristo Rei no decorrer da celebração de hoje e ao ouvi-la achei-a plena de conteúdo e de veracidade.
Porque a riqueza não se prende aos bens materiais, nem sequer às moedas e notas, ao poder e à obessessão de alcançar o topo, nem ao controlo e ao domínio. A riqueza pura vem do que é invisivel, como os sentimentos e emoções, vem dos pequenos gestos e bondades impressas, vem do amor ao próximo e do anseio pelo bem.
E essa é a riqueza a buscar.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Um novo caminho

Raramente apresento por palavras objectivas o que sucede no meu quotidiano, mas numa altura fulcral como esta, não consigo deixar de expressar uma alegria minha.
Para a semana já inicio o meu percurso universitário, um mundo novo, amplo, disposto a ser descoberto. E vou fazê-lo cumprindo um sonho meu, o de seguir enfermagem.
As circunstâncias não podiam ser melhores :D
E para lá vou caminhando ao mesmo ritmo que o bater do meu coração, ele que bate e bate, formulando desejos e ambições, receios e determinações entre sístoles e entre diástoles, figurativamente claro.

Nos próximos tempos não devo escrever com a frequência que tenho vindo a cumprir no passado, mas não vou deixar este espaço. Entretanto coloco o meu obrigado a todos os que acompanharam e acompanham os meus textos e desabafos.

sábado, 4 de setembro de 2010

Nada é impossivel


Nada é impossível se acreditarmos com força.
Se a fé nos fizer mover e com ela se moverem as montanhas.
Nada é impossível se ao fecharmos os olhos
o céu aparecer e os sonhos se tornarem realidade.
Nada é impossível se por graça das nossas convicções
não desistirmos do que nos propomos alcançar.
Nada é impossível se os sentimentos nos transcendem.
Ou quando a razão se alia à emoção num equilibrio perfeito
e nos faz querer mais, desejar mais dentro dos limites do aceitável.
Nada é impossível.
Ao sonhar,
Ao crer,
Ao realizar.
P.S. - Devo alertar que isto não é um plágio do slogan das marcas de sapatilhas como a Adidas ou a Nike, nem das marcas de bebidas. A origem da ideia nada tem a ver com a publicidade.

domingo, 29 de agosto de 2010

A prenda

Principiava a tarde fresca e eu lia calmamente, como é próprio de mim, um livro de longas páginas. Lia e lia, tentando chegar ao fim daquela história original e impiedosa, com o objectivo de descobrir a questão que me assombava desde o primeiro desfolhar.
Estava distraída pelo ar agradável daquele dia, pelo ambiente que me abraçava e me acolhia, quando ouço alguém a chegar. Consulto o relógio e compreendo essa vinda. Pelo som dos passos e das sacas, percebo que está perto e assim que ela sobe, eu recebo-a com um "Bom dia".
"Bom dia", responde-me, "Trouxe-te uma coisa." Logo penso nesse seu costume e sigo-a para ver o que me traz dessa vez. Uma camisola, um livro, um filme, um caderno,...? Um pequeno objecto que contém em si uma completa intenção.
Ela desvenda-o e eu recebo-o com gratidão, proferindo logo um "Obrigada Mamã!".
É a sua prenda ocasional que me proporciona alegria, não só pelo que é ou pelo que pode ser, mas também pela pessoa que mo dá. E o maior presente não é aquele material que ela me oferece, são os ensinamentos da vida que me divulga, e com os quais aprendo, são os seus conselhos sobre a conduta e o caminho a seguir nalgumas circunstâncias da existência, é a sua sabedoria e a amizade, únicas e inigualáveis. A maior prenda é ela e a família que com carinho me cria e me faz ser quem sou.
Mas mesmo assim, com o objecto na mão, abraço-a e beijo-a na face, agradecida pelo gesto, e em duas palavras, já expressas acima, agradeço por tudo, pelo bem material e imaterial que me doou com o coração.

Afirmo esta benesse casualmente, sem me cansar de a exprimir, mas agora fica gravada nestas palavras, porque a minha família é a melhor prenda que dos céus podia vir.

P.S. - Peço desculpa pelo excesso de sentimentalismo destes dias, mas é apenas um modo de estar meu.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Ó sino...

Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.
E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.
Por mais que me tanjas perto
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho,
Soas-me na alma distante.
A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.

Fernando Pessoa

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O valor da amizade


"As pessoas entram na nossa vida por acaso; mas não é por acaso que elas permanecem."

(Alessandra Melo)

P.S. - A todas as boas pessoas que preenchem a minha vida. Estou grata por acolhê-las no meu presente e quotidiano e ainda mais pela sua existência.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Existência

"De que adiantaria originar tudo isto para nada? Para desperdiçar as criações? Não… Tem de haver um motivo, uma causa e esse sentido consolida a existência. É esse sentido que me faz ter a certeza de que tenho um propósito, de que existo e que existo para algo. Se me sentes, também existes. "

Da minha autoria

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Leva-me...

Passa, respira
E aperta.
Este tempo já não vira,
Este tempo já não acerta.
E enquanto canto esta lira
Minha alma move-se
Inquieta.

Vem, apanha
E leva contigo
Tudo o que se encontrar no caminho,
Tudo o que vier de mansinho,
Tudo o que em mim desperta
E sobe devagarinho,
Como o tecer da aranha,
No meio desta saudade
Tamanha.

Passa, expira
E segue.
Pega na minha mão,
Sopra as palavras para dentro do coração.
Não preciso de mais nada
Porque te sinto
meu Anjo da Guarda.

Vem, surge,
Neste pedido que urge,
E leva-me
Por um segundo apenas,
Por um entre dezenas,
Se for essa tua vontade
De também matar
Essa coexistente saudade.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Pegadas na areia


Uma noite eu tive um sonho...
Sonhei que estava a andar na
praia com o Senhor, e através do
Céu, passavam cenas de minha vida.
Para cada cena que passava, percebi
que eram deixados dois pares de
pegadas na areia; um era o meu e o
outro do Senhor.
Quando a última cena da minha vida
passou diante de nós, olhei para trás,
para as pegadas na areia, e notei que
muitas vezes no caminho da minha vida
havia apenas um par de pegadas na areia.
Notei também que isso aconteceu nos
momentos mais dificeis e angustiosos
da minha vida. Isso aborreceu-me deveras,
e perguntei então ao Senhor:
"Senhor, Tu me disseste que, uma vez que
eu Te resolvi seguir, Tu andarias sempre
comigo, todo o caminho, mas notei que
durante as maiores atribulações do meu
viver havia na areia dos caminhos da
vida, apenas um par de pegadas.
Não compreendo porque nas horas
em que eu mais necessitava de Ti,
Tu me deixaste".
O Senhor respondeu:
Meu precioso irmão, Eu amo-te e jamais
te deixaria nas horas da tua prova e
do teu sofrimento.
Quando vistes na areia apenas um par
de pegadas, foi exactamente aí que
EU CARREGUEI-TE EM MEUS BRAÇOS"

Mary Stevenson ou Margaret Fishback Powers
(a autoria divide-se entre as duas senhoras,
não se sabendo ao certo qual delas é a original autora do poema)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago 1922-2010

"... a morte vem antes da vida, morremos quem fomos, nasce quem somos, por isso é que não morremos de vez..."

José Saramago, "Memorial do Convento"



Em jeito de homenagem a este ousado e nobre homem que revolucionou e marcou profundamente a cultura portuguesa.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

O Poeta da simplicidade

"Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra coisa todos os dias são meus"

Alberto Caeiro (Heterónimo de Fernando Pessoa)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

À espera...

Caminho a passos largos para não me atrasar, pois há deveres a cumprir.
Pé ante pé, lá chego. Respiro fundo, olho atentamente os horários, interiorizo as informações analisadas e encosto-me. Como é bom deixar o organismo repousar.
Inclino a cabeça e deixo o sol banhar-me num dia extraordiariamente abafado, sem brisa que o sossegue.
Sei que não tardará ele há-de chegar.

Eu permaneço no mesmo local onde recuperei o fôlego. Imagino as vidas e as vivências que cada um alberga, os perigos passados, as alegrias encontradas, as semelhanças entre uma e outra história de vida que se quardam os estranhos com tanto em comum. São factos calados, murmúrios que não se expõem em esperas. A que desconhecido revelaria eu segredos, intimidades? Todos nós já fomos um dia estranhos uns para os outros, mas a ocasião presente não é a melhor e a sociedade, fornecendo as devidas normas tão intrinsecamente adquiridas pelos seus membros, determina que não se proporcionem essas trocas e estabelecimentos de confianças. E nós cumprimos, sem o saber conscientemente.

Com um objectivo em comum e com pressa, entramos no transporte que chegou fora de horas. Ele é o meio que nos conduzirá ao destino que escolhemos ou nos foi apresentado, através dele vagueamos por sonhos, fazemos vulgares viagens e continuamos caminho, em anonimato. Como é possível que haja tanto dentro de nós? É um completo mundo.
Pago o que devo pagar, porque nesta vida nada é de graça, e sento-me. Os pesos vão comigo, as vontades não me escapam e deposito total confiança no comum mortal que nos conduz aos locais por onde esperamos passar. Tudo é tão óbvio, tão natural e tão belo.
É nisto que o ser humano devia consistir, mas certo é que ele permanece um mistério ainda por descobrir.

Depois de uma longa espera, outra espera. Sorrio. Sempre vale a pena dar tempo ao tempo. Ele chegou, eu parti e sigo rumo ao que me aguarda.
Pelo espelho que nada reflecte e se apresenta transparente aos meus olhos vejo as ruas em actividade.
Os trabalhos dos homens esforçados que laboram serão compensados, mais dia menos dia. Nao creio que a justiça possa ser tão disfuncional.
E tudo valerá a pena, porque a alma não é pequena e Fernado Pessoa tinha toda a razão. Por agora, sei que tenho muito por que viver e isso sim, é o sustento de todas as minhas satisfações e sorrisos. Dou tempo ao tempo e quando me aproximo do destino, há alguém que me espera. Porque a vida é feita disto, de lutas e esperas. Uns por nós, nós pelos outros e até por nós próprios.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Ciência a abrir novos horizontes

Através do alfabeto genético, composto pelas bases azotadas adenina, timina, guanina e citosina, em conjunto com outras substâncias químicas, uma equipa de cientistas liderada por J. Craig Venter conseguiu elaborar uma molécula de ADN artificial capaz de gerar uma forma de vida funcional, uma vez integrado no interior de uma célula.
Até atingir esse revolucionário ponto, realizaram-se inúmeros estudos e experiências durante 15 anos. Um processo moroso e árduo, que tendo sido bem sucedido, faz com que se levantem inúmeras questões pertinentes. A sociedade actual enfrenta, então, possíveis novas descobertas em diferentes áreas, como a medicina, a farmacologia e a biologia, as quais podem pôr em causa alguns principios, teses e crenças tidos por certos. A Igreja já manifestou o seu desagrado, mas este é só o início. O que pode tornar-se na maior revelação do séc. XXI, ainda irá gerar outras controvérsias, para além da sua aplicação poder criar benefícios incalculáveis, que estão por desvendar.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O poder do inconformismo

Estou e sou.
Aprendo e compreendo.
Mas não me quedo.
Ergo-me, grito: Basta!

Sou força em sociedade,
Sou o motor da mudança.
O motivo da revolução,
A voz da esperança.

Comigo cambiam as artes,
Moldam-se os pensamentos,
E jamais se manterão comigo,
Os negros sentimentos.

De inconformado me chamam,
Tempestade me clamam,
Abro os olhos e exponho,
a verdade, o sonho.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Língua gestual

Existem muitas formas de comunicar com o outro.
Palavras, sons, gestos...
Dentro desse vasto conjunto existem as línguas que são aprendidas e adquiridas desde cedo por intervenção da sociedade.
Mas ela não é perfeita, não dá a conhecer aos seus cidadãos todas as formas indispensáveis de comunicação linguística, excluindo, talvez propositadamente, alguns dos seus elementos que não conseguem exprimir-se desse modo.
Uma dessas línguas fundamentais é a lingua gestual, onde o movimento coordenado e preciso da mão é essencial na transmissão da informação pretendida. Uma maravilhosa dramatização silenciosa em que no nada se resume tudo.


"Sinto e comunico com as mãos... essa bela dança de palavras no espaço faz-me feliz."

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Um todo de nada

Deixo aqui uma parte de mim.
É a minha vontade de hoje.

O meu ser engloba muitas e diversas componentes que vou descobrindo a cada passo.
Sou feita de sonhos e de devaneios, de necessidades e de desejos, de optimismo e pessimismo unidos numa constante complementaridade.
Sou feita de loucas inocências e até faço birras quando a responsabilidade me chama, porque não me deixa ser a eterna criança que gostava de ser.
Depois olho-me no espelho e navego no tempo: se me projecto no futuro, sinto o meu corpo a encolher, reduzindo-se perante os mistérios que ele insere; se me revejo no passado, não me reconheço. Cresci.
Mas não posso travar o tempo e sei que ainda há muito para ver, sentir e viver.
E em breve vou-me despedir da adolescência. Uma fase doce, pura e complexa, apesar de tudo. Vou deixá-la com saudade para embarcar nos braços de uma outra.
Ah, mas o que importa é que caminhei e hei-de continuar a caminhar na busca de um nada, formando este todo que é meu ser. Fá-lo-ei com os que me são próximos, ou nem tanto, porque as vivências não prescindem dessa pressença, da companhia do outro. E com essa certeza, sigo...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O sapo e o princípe

Muitos são os contos de fadas em que o beijo, contendo toda a emoção e paixão, serve de chave para quebrar o feitiço que amaldiçoava o princípe em corpo de sapo. E ao toque, esse batráqueo metamorfoseia-se e transforma-se num belo ser humano do sexo masculino.

Ilusório, utópico, fantástico, como quase todos os produtos artísticos são.

-

Mas serão cenários desprovidos de realidade? Ora, eu acho que não.

-

"Quem feio ama, bonito lhe parece.", dizem alguns, e se neste caso o sapo é o objecto amado, é natural que por meio daquele gesto sentimental se transforme em algo bonito. No lado de cá, o oposto da fantasia, por vezes também acontece assim. Julgamos a aparência, criticamos com o nosso olhar, mas no momento em que os sentimentos que nutrimos por essa pessoa moldam a nossa perspectiva, deixamos tudo aquilo que assumimos como negativo e adoptamos uma visão idealista.

-

No fundo, todos temos um pouco de sapos e um pouco de princípes. Todos buscamos essa chave, não para mudar a forma como nos vemos ou nos vêm, mas para mudar o modo como olhamos e enfrentamos o mundo. Porque nunca é demais sonhar.

sábado, 20 de março de 2010

Limpar Portugal



No dia de hoje movimentaram-se esforços e vontades pelo bem da floresta e das populações.
Mais de cem mil voluntários recolheram lixo e eliminaram algumas lixeiras improvisadas por Portugal fora, transformando e embelezando o que é nosso.
Graças a esta iniciativa aglutinaram-se mais de 70 mil toneladas de detritos, algo que se pode considerar como sendo significativo.

Como o resultado foi um sucesso, de certo que para o ano, ou até ainda antes, se realizará de novo uma actividade semelhante. Assim, para quem quiser participar, deixo aqui o enderço para esclarecimento de dúvidas:

http://www.limparportugal.org/

segunda-feira, 8 de março de 2010

Sou Mulher!

Para as mulheres há, sem dúvida,grandes dificuldades no caminho,
mas muito mais para vencer.
Primeiro, nenhuma mulher deve dizer: "Sou apenas uma mulher!"
Apenas uma mulher! Que mais podemos querer ser?


Maria Mitchell
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Dedicado a todas as mulheres do mundo, as que o são, as que o foram e as que ainda estão para ser.

terça-feira, 2 de março de 2010

Expressões de vida

"Quando eu ouço alguém suspirar, "A vida é dura", eu sempre sou tentado a perguntar, "Comparado a que?" (Sydney J. Harris)

"Não acrescente dias a sua vida, mas vida aos seus dias." (Harry Benjamin)

"Não há cura para o nascimento e a morte, a não ser usufruir o intervalo." (George Santayana)

"A vida revela-se ao mundo como uma alegria. Há alegria no jogo eternamente variado dos seus matizes, na música das suas vozes, na dança dos seus movimentos. A morte não pode ser verdade enquanto não desaparecer a alegria do coração do ser humano." (Tagore, escritor indiano)

"Quando você nasceu, você chorou e o mundo alegrou. Viva sua vida de forma que quando você morrer, o mundo chore e você se alegre." (Autor desconhecido)

sábado, 13 de fevereiro de 2010

O que é o amor?

"O amor reside dentro de cada pessoa e não fora dela. E quem não o descobrir está perdido."
"O amor é a água do coração."
Margarida Rebelo Pinto

Neste dia de S. Valentim, exaltam-se os sentimentos e consideram-se as ligações, no entanto, mais que tudo isso, oferecem-se objectos. Mais uma vez, esquecem-se os princípios e os motivos pelos quais se celebra a data e exagera-se no consumismo, mas isso daria origem a uma outra discussão.
O que questiono hoje é o amor.
Muitas vezes confundido na fase da adolescência, procurado ou ignorado na fase adulta, esse sentimento encontra-se presente nas nossas vidas sob as mais variadas formas, como por uma vez já proferi.
Surge de um modo simples e natural, absolutamente claro e perceptível, não nasce de vontades, não sobrevive com as injustiças, traições, mentiras e corrupções, mas é mais resistente que o diamante mais puro, quando verdadeiro.
Será de facto isso o amor? Caracterizado pelos aspectos que mencionei acima? Ou é muito mais que isso?
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No fundo, por mais que tentemos defini-lo, julgo que ele será sempre superior às palavras, apenas se exprimindo na totalidade na prática, quando sentido e partilhado.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Glee - Imagine

Um vídeo verdadeiramente inspirador em que a inesquecível música de John Lennon é cantada pelos actores de Glee, mas sentida na língua gestual inglesa.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Concentração de noivas

Neste dia a Invicta fica marcada por uma concentração de noivas, no âmbito do projecto da fotógrafa Marta Ferreira ( http://www.mfotografia.com/) . Mas a verdade é que nem todas elas celebrariam o matrimónio em breve, muitas eram solteiras e outras viúvas, no entanto, todas elas pretendiam ou pretendem alcançar um objectivo, o de agarrar a felicidade por meio do amor.

E questiono-me. Qual o papel do amor, desse sentimento tão poderoso na nossa vida? Prescinderiamos dele? Ou é uma relação de tal modo simbiótica que sem ele não seríamos capazes de existir?

A meu ver, esse sentimento é uma condição da existência humana. Nenhum ser seria capaz de viver são sem ele, daria em louco. Uma infância amarga, um futuro desolador, preenchido com desgostos amorosos, uma família ausente e inexistência de amizades que possam dar todo esse carinho que um indivíduo carece, nada disto é saudável e suportável.
Mas o que muitos se esquecem é que o amor não se refere exclusivamente ao encontro da alma gémea, daquela metade que nos completa, é, no geral, o amor que temos ao próximo, quer seja um elemento da família, quer seja um amigo ou amiga ou o "par ideal".

E assim, proponho que vistámos os nossos vestidos ou fatos buscando essa plenitude, esse bem-estar que o amor nos oferece, gozando e respeitando cada ligação que temos, pois só em comunhão com os outros conseguimos atingir essa felicidade. Sejamos noivas e noivos em idealismo.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Sem interferências...

Como seria o mundo de hoje se o Homem não manipulasse as espécies, contrariasse a vida e a morte, se tudo ocorresse de um modo completamente natural? Estaríamos aqui ainda? Seríamos outrem? Ou tudo se igualava ao que existe presentemente?

Uma mera questão que apareceu em meu pensamento e à qual pode (m) comentar.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Milagres

Será que existem milagres?
Serão esses simples fenómenos da ciência? Ou factos inexplicáveis?


O que é facto é que, tendo em conta a situação actual do Haiti, têm surgido inúmeros casos de pessoas que sobreviveram face às probabilidades que contrariam essas hipóteses. E a ciência não consegue explicar o ocorrido.
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Sem comer, o corpo consegue aguentar muito mais que uma dezena de dias, desgastando as gorduras e outros constituintes que possuem uma componente energética, mas se essa subnutrição extrema estiver aliada a uma inexistente ingestão de líquidos, nomeadamente de água, um ser humano não resiste mais de uma semana. Ou assim se supõe.
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Mas as buscas terminaram hoje, pois, oficialmente, já não se espera que haja sobreviventes. No entanto, se nestes dias surgiram casos desses que trazem uma nova esperança, não será de pensar que ainda agora possa haver novas situações? Nem que fosse uma simples gota num mar negro. E já não há nada que possa ser feito para trazer de novo à vida aqueles que ficaram debaixo dos escombros. Apenas se partilha a dor, aquela que surge quando imagens horrendas aparecem no ecrã da televisão, apenas se tenta consolar e tratar daqueles que vivem na miséria agora, apenas se tenta erguer de novo um país, pedra a pedra, pessoa a pessoa.
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E tudo isto fez-me questionar se os milagres existem. O caminhar sobre a água, um toque que cura magicamente uma doença incurável, uma fé que traz bonanças, entre outros, são habitualmente associados à Igreja, talvez porque é esta a instituição que os comprova ou os nega.
Mas por toda a parte, por questões religiosas ou não, independentemente do tempo e das culturas existentes, estes fenómenos ocorrem e isso é inegável. E serão sempre bem-vindos em tempos de catástrofe, como a que mencionei, para além de outros tempos mais cinzentos e pesados, assim como nos bons momentos também.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Sincera(mente)

Numa explicação algo filosófica, descobri a origem dessa palavra, a que dá origem a sinceridade, insinceridade, sinceramente e outras, a palavra "Sincera".

Em tempos, as estátuas degradavam-se e para remediar os estragos, colocavam cera nas fendas e noutros locais onde fosse preciso. Assim, modificavam-se as estátuas, tornando-se essas diferentes do que o que já haviam sido, do seu modelo original. E havia as estátuas que estavam em perfeitas condições, as reais, as verdadeiras, as sem cera.

Com a evolução da língua, as duas palavras latinas, que significavam sem cera, uniram-se no português de hoje para a palavra sincera, mantendo o seu significado.

P.S. - Devo este texto explicativo ao meu colega Rafael, que proferiu esta curiosidade hoje, durante uma aula.