sexta-feira, 19 de setembro de 2008

A cadeira não existe

Inicia-se um pensamento sonoro...
- Talvez estejamos a viver um sonho da alma por mero acaso. Uma alma sonhadora que deseja possuir um corpo de modo a satisfazer as suas vontades, e esta realidade não é jamais realidade mas sim uma ilusão. Mas então, se esta realidade que vivemos não é a verdadeira realidade, qual é realmente a realidade real? Humm... curioso. Talvez do outro lado desta vida que não é realmente vida, se apresente a verdadeira realidade. Quiçá todas as almas sonhadoras se encontrem aí... Mas se assim for, de que serve este pedaço de vivências, de momentos bons e maus, de tristezas e alegrias, de dores, de amores, de cores...? Será que se acrescenta algo à nossa alma com isto tudo? Será que ela fica mais fortalecida, mais pura...? Assim valeria a pena viver esta não-realidade, tendo em vista algo bom no fim desta experiência.
Caminha daquele canto da sala para se sentar no meio dela, a fitar as paredes.
- Alma minha, alma minha, mantém-te aí calminha... Gosto desta minha vida, mas e se este pensamento que brota de minha boca tiver sido um rasgo de lucidez de minha alma? É bom pensar que há algo mais além... Algo após esta ilusão, que dê sentido, que faça sentido.
Solta um longo suspiro como se a alma quisesse livrar-se de todos os seus pesos, e olha para a cadeira que se encontra encostada numa das paredes, a seu lado.
- Sim, isto pode ser tudo uma mentira, um engano, mas um bom engano, porque faz com que a nossa alma se sinta via e experimente coisas. O além, o após... O reencontro... A verdadeira realidade que está do outro lado. Está decidido. Viverei enquanto a minha alma quiser sonhar, ou então até Deus quiser que ela sonhe. Passarei pelo que tiver que passar nesta incerta dimensão. Tinhas razão, tu tinhas razão e eu desejo ir ter contigo, porém, ainda continuo por aqui, ainda se prolonga o sonho.
Cogita, reflecte, pensa mais um bocado ao concentrar-se na cadeira.
- Mas então... se apenas o que possui alma pode percorrer estes campos enganosos e imaginários, que fazes tu ó cadeira à minha beira? Humm... Talvez a cadeira não exista de verdade. É isso, a cadeira não existe. Foi um conforto que minha alma e muitas outras imaginaram e criaram através de mãos habilidosas e especiais para transformar este sonho num sonho mais apto para um corpo viver. E todas as almas sonham este sonho. E é por isso que estamos aqui todos juntos, nesta bolinha de terra e mar algures na imensidão de uma outra dimensão. Que engraçado... Tantos pensamentos e reflexões para ir dar a ti ó cadeira que não existes. Vou viver o meu sonho, e deixar a minha alma ser livre.
Levantou-se, mirou a cadeira de lado e riu-se. Uma gargalhada genunína vindo de dentro do sitio mais profundo da sua alma. Saiu da sala branca e passou por outras semelhantes. Foi ter a um jardim que a primavera havia tocado. Dali enfrentou o mundo de outra forma. A paz havia tomado conta de sua alma e pôde continuar. E naquele mesmo sitio, num tempo futuro enganador, o sonho tomou o seu fim, pois a alma já havia encontrado o que procurava e o que faz com que tudo valha a pena, e que ela necessitava para prosseguir o seu caminho para junto das outras almas sonhadoras.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Traição

Iludidos pelo sentimento que julgam ser amor, toma controlo dos homens e mulheres a luxúria. Apesar de ser um dos pecados mortais, muitas pessoas vivem nele com um incrivel sentido de à vontade, como se fosse a coisa mais normal do mundo, porque são levados simplesmente pelo sentido animal que está encerrado no ser de cada um. O pior, é que ao enganar à verdadeira pureza do amor, também chegam a enganar os conjugues, tomando as relações como algo que durará, como amando a pessoa que têm a seu lado, mas esquecendo-se de que ao trair, a relação fica totalmente comprometida e que o que julgam sentir não passa jamais de uma farsa. Também há quem diga que o amor deve-se partilhar pelo maior número de pessoas, que relações poligâmicas podem ser viáveis, que aquele sentimento chega a ser inevitavel e que o ser deve estar totalmente satisfeito, mas isso é mentira. Tudo bem que o amor não é um sentimento exclusivo a uns, mas também deverá ser partilhado dentro de certos termos, e deverá ser respeitado e preservado, com trabalho, honestidade e fieldade. Quanto a outros assuntos acima referidos ou outros que possam surgir, cada um poderá ter a sua opinião, mas eu cá acho, sendo eu cristã e possuindo certos valores, que quando um homem e uma mulher, ou um homem e um homem ou uma mulher e uma mulher se amam, certos gestos e certas acções deverão estar condicionadas ao casal e as traições, em qualquer situação que sejam cometidas, não são aceitáveis.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Luta contra o racismo

Recebi o seguinte texto via e-mail e achei deveras interessante e justo.
«A situação que se segue aconteceu num voo da British Airways, entre Joanesburgo (África do Sul) e Londres. Uma mulher (branca), de aproximadamente 50 anos, chegou ao seu lugar em classe económica. E viu que estava ao lado de um passageiro negro. Visivelmente perturbada, chamou a comissária de bordo. -'Algum problema, minha senhora?' - perguntou a comissária. -'Não vê?' - respondeu a senhora -'Vocês colocaram-me ao lado de um negro. Não posso ficar aqui. Tem de me arranjar outro lugar.' -'Por favor, acalme-se!' - disse a hospedeira -'Infelizmente, todos os lugares estão ocupados. Porém, vou ver se ainda temos algum disponível'. A comissária afasta-se e volta alguns minutos depois. '- Senhora, como eu disse, não há nenhum outro lugar livre em classe económica. Falei com o comandante e ele confirmou que não temos mais nenhum lugar nem mesmo em classe económica. Temos apenas um lugar em primeira classe'. E antes que a mulher fizesse algum comentário, a comissária continua: '- Veja, não é comum que a nossa companhia permita que um passageiro da classe económica se sente na primeira classe. Porém, tendo em vista as circunstâncias, o comandante pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar ao lado de uma pessoa desagradável'. E, dirigindo-se ao senhor negro, a comissária prosseguiu:'- Portanto, senhor, caso queira, por favor pegue na sua bagagem de mão, pois reservamos para si um lugar em primeira classe...' Todos os passageiros que, estupefactos assistiam à cena, começaram a aplaudir, alguns de pé.»

'O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons...' Martin Luther King