sábado, 10 de setembro de 2011

Água choca

Era eu, anos antes. Navegava e saltitava em poças de lama, rogando por águas claras e límpidas. Por uns pós de cloro que as tratassem.
As minhas preces ouviram-se lá nos cimos e começou a chover...
A poça diluiu-se, consegui vê-la de outra maneira e ter outra perspectiva perante a mesma. Que bem que sabia! Água menos carregada, uma suavidade que me adoçou a alma e era só essa felicidade pura, serena...
Contudo, não era água cristalina.
E eu continuava a desejar esse momento em que ela chegaria.
Palavras minhas... porque não me sossegaria?
De novo a chuva veio, mas não veio só. Trouxe ventos, mais terra e poeiras, mais tempestades e areias, e de tumultos maremotos se fez a poça.
Agora queria que acalmasse. Com o tempo e aprendizagem lá o consegui.
Nada permanece imutável com o tempo, por isso, ela adquiriu novos tons, acompanhando aventuras minhas.
E agora encontro outro impasse, já que ela de novo se estagna.
Porque será que há sempre algo que nos inquieta, que nos apoquenta?
É esta insatisfação que não se aguenta?
Até que nem tem mal querer um pouco de emoção ou um pouco de sossego, sem preocupações... Um retorno daquela felicidade, sem aflições...
É que se quedar assim por muito tempo, a poça que tantos tons e formas adquiriu, ela a que chamo vida, ainda se enche de água choca, e isso, aqui não se deseja.
Só espero que a chuva não volte em vão ou com os seus amigos....
Não quero outro desastre em mãos. Não... isso é que não.

2 comentários:

Hugo Nofx disse...

Conquistaste-me com este texto!
bjs.

TITA disse...

PROCURA PERMANENTE DA FONTE DA VIDA NOVA...CONTINUA!BEIJOCAS.