domingo, 13 de novembro de 2011

Os onzes

Passou o dia onze do mês onze e do ano onze.
E tantos onzes já se tornaram um marco, muitos por maus motivos, como o onze de Setembro nos Estados Unidos da América.
Mas o de sexta-feira era especial.
Era um onze que só por si simboliza um marco histórico, um fenómeno único, que só se poderá repetir, com alguma semelhança, daqui a um século.
Criaram-se expectativas, pensaram-se momentos, fizeram-se planos... e para quê?
Para a maioria dos sete biliões de pessoas que habitam este mundo foi só mais um dia. Um dia que se vive, um dia mais em que se sobrevive, onde a rotina impera e a crença degenera.
E eu vi-me a pertencer a essa maioria.
Muitas vezes temos o amanhã pensado e as expectativas edificadas, porém a vida encarrega-se de quebrar esses actos cogitados. Por vezes com boas surpresas, doutras com o desmoronamento das intenções e do intuito de usufruir as escassas horas que não retornam.
E do que podia ter sido esse dia, nada de se destacou.
Não que algo tivesse obrigatoriamente de se destacar, mas havia sempre a esperança de que podia ter sido diferente de todos os outros que se arrastam ao longo de semanas...
Ah!... Não é tolice acreditar, não é errado esperar um pouco mais, mas talvez seja inútil querer algo para além do que é oferecido, porque perante tanta miséria que nos rodeia devia ser mandatório sentir satisfação.
Mesmo sabendo disso, porque se continua a esperar sempre mais da vida?
Porque é que os onzes são presença diária que gera descontentamento?
Porque é difícil contentar-se com o que se tem?
Quiçá seja a alma a exigir mais para que o seu interior seja enriquecido, quiçá seja o coração com saudades de bater forte ou a mente com fome de memórias que sejam fruto de momentos com significância.
Quem o saberá...

4 comentários:

Andreia Morais disse...

Já faz parte de nós esperar algo mais, mas eu acho que só faz sentido ser assim. Acho que não nos devemos contentar com algumas coisas, mas lutar por elas de modo a conseguirmos algo mais.

TITA disse...

A novidade de um dia depende sempre da forma com que o nosso coração e os nossos olhos se entregam a ele.Eterna insatisfação que nos faz seres caminhantes.Beijinhos.

Hugo Nofx disse...

Olá Sara! Acredita que no dia 11/11/11 às 11:11 eu recebi um sinal de uma pessoa muito especial, e isso deixou-me com um sorriso nos lábios para o resto do dia, o que não é pouco nos tempos que correm! Eu falei um pouco desse dia no meu blog. E o mais curioso é que eu tenho um pouco a mania das capicuas...
beijos.

Corteygrif disse...

È verdade
a mente humana esta tao ocupada,com o stress do dia a dia,que se esquece de estes momentos.
bjs