quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O ser humano e a natureza

Relação entre o ser humano e a natureza. Deixo aqui uma história ficticia, escrita por mim, com o exemplo de uma relação entre estes dois.
"Era eu criança quando vi uma hera pela primeira vez, mas esta teve um mau fim. Os meus pais, achando que estava demasiado desenvolvida e que os seus ramos não deixavam transparecer a claridade do dia, cortaram-na cruelmente! Chorei dias a fio…
Aquela simples planta era minha confidente; escutava-me no seu silêncio. Era sentada a seu lado que eu encontrava a serenidade para enfrentar todos os meus problemas. Estávamos ligadas uma à outra por laços estreitos de carinho. Mas tudo isso teve um fim.
O tempo foi passando e essa memória dolorosa foi-se apagando.
Vivi os anos da adolescência despreocupada e, sem notar, já havia entrado na idade adulta.
Comprei uma casa com o meu próprio trabalho e esforço e decidi cuidar dela com todo o afinco para que a beleza fosse a tónica. Mas também, para que me sentisse confortável nela.
Noutro dia, enquanto cuidava do meu jardim, encontrei uma hera.
Ia arrancando ervas daninhas e algumas folhas secas dos vasos, quando algo me chamou a atenção. Observei minuciosamente e conclui, para meu espanto, que era realmente um hera. Afinal tudo isto me era familiar. Sorri!.. Afloraram-se na minha mente memórias da minha infância e senti-me de novo criança. Aquela hera encantara-me sem que me tivesse lançado um feitiço. Digamos que há algo de especial nesta planta que me cativa.

No final de cada dia, ia ao jardim observá-la. Com as suas mil e uma folhas ficava cada vez mais perto de atingir o céu. Mesmo nos fim-de-semana desocupados, eu não me cansava de observá-la, era a minha companhia, uma vez que vivia só.
Nos anos que se seguiram esse facto deixou de ser verdadeiro. Encontrei o meu par e constituí família.
Os meus dias tornaram-se monótonos, entre a casa, trabalho e família pouco se conseguia fazer. No entanto, arranjava sempre tempo para a ir ver.
Os anos que se seguiram basearam-se em dias assim. Fui envelhecendo com o meu marido a meu lado, e os nossos filhos, por sua vez, tiveram netos.
Estes, achavam estranho, o facto de passar as minhas tardes de reformada (pois a idade já me pedia descanso) a olhar para uma planta, mal sabiam que significava muito mais que isso. O meu marido partilhava da mesma opinião deles, mas não deixava de me fazer companhia no final da tarde.
Quando me faltaram as forças e a saúde para continuar, despedi-me da minha família e deitei-me na cama. Sabia que havia chegado o momento de partir. Deitei-me para nunca mais acordar. Sob a forma de espírito, trepei a hera da vida e esta conduziu-me até a um lugar calmo e sereno. Era o jardim da felicidade onde o ser humano e a natureza cresciam entrelaçados."

1 comentário:

Anónimo disse...

confesso: n li o k escrevest poré ja tive oportunidade de t ouvir a ler.

a historia esta belissima e acho k toca no coraçao.pincipalment pk podemus tirar daí uma mensagem subjacente.

tas a ficar mt visitada mana :P

adoro-t.

bj