quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Conversas Inventadas... II

- Não tem.
- Exacto.
Um momento de silêncio.
- Sabes como isto começou?
- Um devaneio da saudade.
- Acompanhado de uma explosão de remoinhos guardados.
- Libertá-los tornou-se uma necessidade, eu sei.
- Pois foi. Não conseguia aguentá-los... E o que seria de nós se tivessemos que carregar este peso para sempre? Peso que se acumula dia após dia, hora após hora, em todos os momentos da nossa vida.
- Em dada altura ficaríamos com problemas nas costas.
- Ora nem mais.
- E a alma também se entortava, pois seriam muitas as gavetas que ficariam cheias de sentimentos, memórias, emoções...
- Chegar a esse ponto deve ser terrível. Aposto que não há metal que resolva uma alma entortada.
- Há sempre o desabafo, uma mão e ombro amigos ou até um sorriso que servem como remédios espirituais.
- Uma certeza indubitável.

- Ainda hão-de inventar doutores da alma e medicamentos para os tormentos da mesma.
- Já há. Temos os psicológos e os psiquiatras e alguns medicamentos como os psicofármacos que actuam a esse nível.
- Mas resume-se tudo à biologia, ao esperado, ao previsto. Se pudesse, um dia revolucionaria isso.
- Não duvido. Eras a nossa promessa desse futuro turbulento.
- Que bom é sonhar. Desejar, querer, desde que não em demasia, não compulsiva e obsessivamente. Sonhar, faz-nos ir mais além, quebrar as barreiras da realidade, do visível, ansiar por contextos diferentes. Sabes, este também pode ser um bom método para endireitar a alma.
- O quanto a endireito então...
Sorrimos.

1 comentário:

TITA disse...

O sonho é o alimento do dia-a dia.Não deixes que eles se abafem dentro de ti.Sonha sempre.Verás os acontecimentos com uma luz sempre nova.Uma beijoca.