quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Revolução

A revolução de Jasmim floresceu, expandiu-se, qual flor que se sujeita à polinização e ao sabor do vento. Alastrou-se para o Egipto, a Siria, a Birmânia.
Outros tantos países assumem os contornos desse descontentamento, planeando acções semelhantes. No jornal estas palavras são repetidas, ouvidas e lidas vezes sem conta. Chegou a um ponto que o mundo se saturou e um pouco por toda a parte se tomam estas manifestações como exemplos.

Porque é que o povo português também não retira daqui as lições que deveria retirar e não se impõe perante os egoístas que governam esta nação? Mistério pouco difícil de desvendar. Como já dizia uma jovem bastante culta que seguia no mesmo transporte que eu, nós somos pacíficos, e isso tem as suas vantagens, sem dúvida, mas eles aumentam os impostos e nós nada, cortam no abono e nas majorações, sim porque os filhos deixam de ter doenças e as mães necessidades, e nós nada, retiram nos salários e nada... Vá que os professores ainda tomaram uma atitude, mas se fosse o país inteiro a mobilizar-se isso teria repercussões. Nem na greve geral no ano anterior houve uma grande adesão.
Isto porque eles cortam, eles ameaçam retirar umas dezenas se se faltar por um dia, vêm com estatísticas do desemprego a rondar os 11% (pouco falta para isso) e anunciam o quão difícil é arranjar emprego actualmente e o medo vem ao de cimo.
O povo torna-se refém dos ganaciosos, dos que enriquecem com isto tudo, porque ai Jesus se se cortar nos salários deles ou se se quiser diminuir no número de deputados. Vamos mas é impôr mais taxas, fazer com que se pague as scuts e obrigar os condutores a ter um estúpido aparelho onde o dinheiro tem um prazo de validade e se sume entre cá e lá.
Os lá de baixo que paguem mais pelos produtos básicos de uma alimentação equilibrada, sim, porque se quiserem recorrer ao serviço de saúde até gastam mais e isso é bom para nós, nós que cortamos nas despesas da saúde e colocamos atestados de 90 cêntimos a 50 euros. A nossa gente é rija, com toda aquela salitra do mar que navegou em tempos, por isso aguentam. E já agora também não precisam que 8 centros de saúde em Bragança estejam abertos no período da noite porque ninguém adoece a essas horas. Está tudo na caminha, obviamente.
E nós cá ficamos.
Os que jogam sujo, corrompem o sistema e ainda gozam com os demais, porque ficam com os subsidios e alapam as regiões traseiras nos belos dos sofás, conseguem fazer a sua vidinha. Mas quem trabalha e é honesto que se lixe...
Isto dá mesmo vontade de irromper por outras vias. Ainda por cima com o tempo que a justiça demora a actuar, se fossemos apanhados nessas acções ilegais, o crime prescreveria antes de ir a julgamento.
No entanto, alerto que isto não é um incentivo à ilegalidade, mas sim uma vontade maior deque algo cambie. Pois o nosso país é um lugar bom para se viver, face ao que sucede no restante mundo, e ninguém o nega , mas descobertas as facetas e os casos daqueles o "comandam" e daqueles que não são dignos de habitar por cá, o cenário perde os seus tons de arco-íris para se resumir a uma ou duas gamas de cor.

1 comentário:

TITA disse...

Até dentro de nós,urge fazer uma revolução.Boa leitura dos tempos que vivemos,sim senhor.Calados é que não...Beijinhos.